A Osteopatia, apesar de nova, apresenta uma abordagem muito particular na questão funcional das estruturas do corpo, e, portanto, consegue identificar e tratar sintomas que antes eram sinônimos de medicamentos e, em muitos casos, cirurgia.
Nos bebês, não é diferente. A terapia é específica e visa trabalhar a mobilidade do corpo, pois se acredita que antes de um indivíduo desenvolver uma doença, ocorre um processo de perda de mobilidade na região, que pode ser adquirida no período intra-uterino, no parto, ou ainda, no período de crescimento. “No caso do bebê, a osteopatia retira essa barreira, para que ele possa crescer normalmente”, esclarece os osteopatas da Clínica Reacciona de Piracicaba.
Porém, a recomendação ao tratamento é feita também quando a doença já está instalada. “Cólicas e disfunções gastrointestinais, refluxo, assimetrias de crânio, otites, irritabilidade e alterações do sono, são algumas das principais indicações e que apresentam excelentes resultados ao tratamento, em um curto prazo de tempo”.
Devido ao grande desenvolvimento e plasticidade do sistema nervoso central do bebê, mínimos estímulos e correções, repercutem de uma maneira muito eficaz. De acordo com os osteopatas, “isso torna o tratamento muito mais efetivo, visto que o bebê é menos acometido pela influência do ambiente externo (traumas, acidentes, cirurgias, impactos emocionais, etc.) do que um adulto, claro que considerando um período gestacional e parto sem complicações”, salienta.
É feito de uma maneira muito suave. Com o uso das mãos, o osteopata trabalha as diversas áreas do corpo do bebê, conforme a necessidade do tratamento. “Na maioria das vezes, são abordadas regiões abdominais (por causa das vísceras: estômago, fígado, intestino, etc.) e, principalmente, o crânio, onde estão localizados os grandes centros de controle motor e das vísceras”.
E não há uma idade específica para a consulta, apenas com uma avaliação detalhada é que se definirá a forma e possibilidade de tratamento, independente do período de vida em que o paciente se encontra. “Isso se constata em cada situação, pois existem casos em que os bebês vêm à clínica para a consulta com 1, 2, 3, 4 semanas, meses ou anos de vida”, conta o osteopata.
Em média, 3 a 4 sessões são necessárias para a melhora significativa, mas com a ressalva de que cada caso é um caso e a individualidade irá determinar o melhor prognóstico ou não do paciente.
A figura materna é muito importante no tratamento, visto que, muitas vezes, os bebês só sentem-se seguros e confortáveis com a presença dela. “Durante a consulta, em alguns momentos, o tratamento é feito no colo da mãe para que desta forma o bebê fique menos agitado. E a mãe também pode auxiliar em casa, principalmente quando o bebê apresenta alterações na sucção”.
Os profissionais contam também que a procura é feita principalmente em casos em que a abordagem medicamentosa não funcionou, em casos em que os pais não são a favor do uso de medicação, ou ainda, em casos em que o pais já têm o conhecimento prévio da técnica.